segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Conferência Mundial sobre Determinantes Sociais da Saúde vai focar experiências brasileiras


Sede da Conferência Mundial sobre Determinantes Sociais da Saúde, que reunirá chefes de Estado de mais de 80 países no Rio de Janeiro, de 19 a 21 de outubro, o Brasil vem mostrando, por meio de experiências concretas, que a intervenção sobre as desigualdades sociais e a promoção da participação política dos cidadãos são ações estratégicas para a promoção da saúde. Alinhada ao contexto global de promoção da saúde, a agenda de políticas sociais do Brasil elege o tema como prioridade, colocando-o no centro de debates acadêmicos, no cotidiano de formuladores de políticas públicas e nas ações do governo, da iniciativa privada e da sociedade civil organizada sobre os determinantes sociais da saúde.

Cinco experiências nacionais – contempladas em junho pelo Prêmio Pró-Equidade em Saúde, do Ministério da Saúde – comprovam que é possível colocar em prática os conceitos e recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de tratados internacionais como a Declaração de Alma Ata, de 1978, que formaliza o conceito de promoção da saúde, em seu sentido mais amplo. São iniciativas no Rio de Janeiro, em São Paulo, Minas Gerais, Ceará e Porto Alegre, que abordam temas como protagonismo juvenil e participação social, promoção da alimentação saudável, redução de vulnerabilidades urbanas, enfrentamento da mortalidade infantil e controle de doenças, como a tuberculose, a partir da ação sobre os determinantes sociais da saúde.

No Rio de Janeiro, a Rede de Adolescentes Promotores da Saúde (RAP da Saúde) aposta no protagonismo juvenil como estratégia para promoção da saúde e da cidadania em comunidades em contexto de vulnerabilidade social. Desenvolvida pela Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro (SMSDC-RJ), em parceria com o Unicef, a iniciativa capacita jovens e adolescentes em temas de saúde e cidadania, metodologias participativas, desenvolvimento emocional, mapeamento comunitário e técnicas de comunicação. O trabalho desenvolvido pelo grupo inclui ações de prevenção da dengue e de doenças sexualmente transmissíveis e abordagens ampliadas, como a realização de campanhas para a prevenção das violências no namoro e a valorização da paternidade.

“O  RAP da Saúde parte do reconhecimento de que o investimento em adolescentes e jovens e a valorização das suas potencialidades, da criatividade e do dinamismo são elementos chave para a promoção da saúde e do desenvolvimento”, sintetiza a coordenadora de Políticas e Ações Intersetoriais da Superintendência de Promoção da Saúde da SMSDC-RJ, Viviane Manso Castello Branco, idealizadora da iniciativa.

Em São Paulo, o Programa de Reforço e Qualificação Alimentar, desenvolvido desde 2007 no município Porto Feliz, vem mostrando que a parceria entre setores governamentais e a sociedade civil organizada é fundamental para o enfrentamento das iniquidades em saúde. Para responder à demanda de insegurança nutricional da cidade e qualificar o acesso à alimentação saudável, a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Feliz trabalha em parceria com o Ministério de Desenvolvimento Social, o Instituto de Saúde e Meio Ambiente (Isama) e a Cooperativa de Agricultores apoiada pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)Saúde da Família e já contempla mais de 300 famílias, que recebem cestas de alimentos confeccionadas por Agentes Comunitários de Saúde e pelos próprios beneficiários do programa. 
 
Veja mais: http: http://www.blog.saude.gov.br/cmdss-vai-focar-experiencias-brasileiras/