O estudo visou criar e testar uma metodologia de medição da frequência escolar/Foto:Divulgação
O Instituto Unibanco, por meio do seminário "Oportunidades de Ensinar e Aprender no Ensino Médio", realizado no dia 17 de novembro, em São Paulo, divulgou os resultados de um estudo feito sobre a frequência escolar dos estudantes de formação básica. A iniciativa faz parte de uma série de pesquisas realizadas pelo instituto, que visa entender o porquê da metade dos jovens brasileiros entre 15 e 17 anos não está matriculado no Ensino Médio.
O estudo, feito em parceria com o Ibope, visou criar e testar uma metodologia de medição da frequência escolar para detectar e analisar os níveis de audiência obtidos por meio de um número restrito de escolas.
Para calcular o número de horas que um jovem do Ensino Médio se dedica aos estudos dentro e fora da escola, os pesquisadores se basearam na experiência do Ibope em medição de audiência de televisão. Assim, eles puderam estabelecer um paralelo do mesmo conceito com a realidade da sala de aula.
A pesquisa utilizou 36 turmas do Ensino Médio regular de 18 escolas de três grandes regiões metropolitanas que participam de projetos do Instituto Unibanco. O estudo final se baseou, portanto, em observações feitas em 1.868 dias que correspondem a 8.689 aulas potenciais, durante os 10 meses do estudo com uma média de mais de 480 aulas por turma. Segundo o Unibanco, a pesquisa não foi desenhada para representar turmas, escolas ou mesmo redes de ensino individualmente, ela permitiu apenas a análise de dados agregados.
Seleção e monitoramento
O Instituto Unibanco selecionou 18 escolas por meio de sorteio dentre as instituições participantes de programas do instituto. Em cada escola selecionada foram sorteadas duas turmas que receberam os avaliadores do programa. O Unibanco tomou cuidado de garantir que as turmas sorteadas mantivessem a proporcionalidade de ocorrência de séries e turnos da totalidade da base.
Para monitorar as escolas, os pesquisadores criaram o Diário de Carga Horária, um formulário preenchido pelos avaliadores que se direcionavam até as escolas para acompanhar como se davam as aulas do dia.
O Diário de Carga Horária avaliava:
- O que ocorreu no espaço de tempo destinado a uma determinada aula;
- Formato da aula (expositiva, prova, trabalho em grupo etc.);
- Disciplina dada;
- Número de alunos presentes;
- Horário de inicio e de término.
A palestra de divulgação foi realizada em 17 de novembro, em São Paulo/Foto:Divulgação
Primeira parte do estudo
Intitulada “Análise das Horas Dedicadas Pelo Jovem ao Estudo Dentro da Escola”, a primeira parte da pesquisa foi criada a partir de dois elementos; “Oportunidades de Ensinar”, que mediu o total de minutos de aulas ofertadas pela escola, e “Oportunidades de Aprender”, que ficou responsável pela medição do número de alunos presentes no momento da oferta de conteúdo.
Ambos os elementos foram divididos em três grupos principais:
- Grupo um – Alta oportunidade de ensinar/aprender
- Grupo dois – Média oportunidade de ensinar/aprender
- Grupo três – Baixa oportunidade de ensinar/aprender
Conclusões da primeira etapa
Foi constatada que a frequência dos alunos diminuiu conforme a semana passa. Sexta-feira foi considerado o dia de menor frequência em sala de aula. Dos três grupos determinados, a pesquisa revelou que o grupo de alta oportunidade de ensinar frequenta a escola, em média, 3,2 horas por dia. Já o grupo com média oportunidade de ensinar tem a média de frequência na escola de 2,4 horas por dia. E o grupo com baixa oportunidade de ensinar frequenta a escola por 2,1 horas diárias.
Um comparativo de rendimento escolar entre os grupos de alta, média e baixa oportunidade de ensinar foi mostrado e se percebeu que quanto mais tempo o aluno frequenta a aula, maior o rendimento dele no ambiente escolar.
De acordo com a pesquisa, 66% dos alunos do Grupo um estavam presentes no momento da oferta do conteúdo, enquanto 61% dos alunos do Grupo dois e 55% dos alunos do Grupo três se encontravam em sala de aula nessa ocasião.
Segunda parte do estudo
Chamada de “Análise das Horas Dedicas pelo Jovem ao Estudo Fora da Escola”, a etapa foi criada para avaliar a dedicação aos estudos dos alunos fora do ambiente escolar. Para obter os dados, os avaliadores fizeram 1.760 entrevistas pessoais com os alunos das turmas monitoradas.
As questões aplicadas se referiam às atividades realizadas na véspera da entrevista e no final de semana que a antecedeu.
O objetivo era identificar se o aluno fez tarefas, trabalho escolar, leu livro para a escola ou por iniciativa própria, fez pesquisa escolar na internet ou se envolveu com outras atividades consideradas como estudo.
Conclusões gerais
Fonte: EcoDesenvolvimento.org