Uma das principais preocupações de psiquiatras, cuidadores e familiares de pacientes com esquizofrenia é conseguir manter a adesão ao tratamento para controle da doença. Um levantamento feito pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) revelou que cerca de 50% das pessoas com esquizofrenia abandonam a medicação após um ano do início do tratamento.
Justamente com o objetivo de evitar a não adesão e a possibilidade de recaídas, acaba de chegar ao mercado brasileiro um novo medicamento para tratar a esquizofrenia, doença mental crônica que afeta cerca de 1,4 milhão de pessoas no Brasil.
O produto é o primeiro antipsicótico de ação prolongada injetável de uso mensal. Aprovado em junho pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o palmitato de paliperidona é o que se chama de antipsicótico – um remédio que ajuda a prevenir distúrbios característicos da doença.
“Esse medicamento representa um avanço no tratamento da esquizofrenia por ser de última geração e de uso mensal. Os medicamentos existentes de uso oral e diário propiciam o esquecimento e algumas vezes o paciente finge que ingeriu, o que dificulta o tratamento”, explica o coordenador do Programa de Esquizofrenia da Universidade Federal de São Paulo (Proesq/Unifesp), o psiquiatra Rodrigo Bressan.
Praticidade - A nova injeção vai facilitar a vida de pessoas como o engenheiro José Alberto Orsi, 44 anos, que afirma ingerir, ao menos, quatro medicações psiquiátricas por dia para tratar a doença.
“Temos medicações excelentes que ajudam a controlar a doença, os surtos psicóticos, mas provocam efeitos colaterais. Por conta deles, somos obrigados a ingerir uma série de outros remédios, o que é desgastante. Essa injeção, além de ter a praticidade de ser utilizada apenas uma vez ao mês, provoca menos efeitos colaterais”, diz Alberto Orsi, que também é membro da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Esquizofrenia (Abre).
De acordo com o médico psiquiatra Deyvis Rocha, as medicações podem induzir efeitos colaterais como aumento de peso, rigidez dos músculos, lentificação, aspecto de robotização ou um quadro de tremores parecido com o do mal de Parkinson.
“A salivação excessiva e a dificuldade de controlá-la também é um outro efeito. Não à toa, muitos utilizam o termo ‘louco babão’ para falar dos pacientes, mas esse efeito é proveniente da medicação e não sintomas naturais do transtorno”, diz.
O profissional deixa claro, no entanto, que tais efeitos indesejáveis estão relacionados, sobretudo, aos antipsicóticos mais antigos, de primeira geração.
Praticidade - “A fabricação de uma injeção de antipsicótico não é uma novidade. Os antipsicóticos de longa ação ou antipsicóticos de depósito já existem desde os anos 60. Eles foram desenvolvidos para auxiliar no tratamento dos pacientes que não aderem ao tratamento, que não tomam as medicações prescritas por via oral. A novidade do palmitato de paliperidona é que ele é antipsicótico de segunda geração”, explica.
A própria Janssen, indústria responsável pela nova injeção, já havia produzido uma outro medicamento, também injetável, para tratar pacientes com esquizofrenia. Mas, de acordo com o psiquiatra Rodrigo Bressan, essa injeção anterior tem aplicação quinzenal, deve permanecer na geladeira e o efeito não é imediato. “Os médicos quase não usam esse medicamento por todos esses fatores”, diz.
Segundo os profissionais, a nova injeção vai servir especialmente para os pacientes que não aderem ao tratamento e que têm efeitos colaterais desagradáveis com os antipsicóticos mais antigos.
“O fato de um antipsicótico ser antigo não quer dizer que é pior que um mais novo, mas que a probabilidade de causar efeitos colaterais é bem menor. Se uma medicação causa poucos efeitos colaterais ou nenhum, certamente uma pessoa que precisa tomá-la vai seguir tomando-a”, explica Deyvis Rocha.
Justamente com o objetivo de evitar a não adesão e a possibilidade de recaídas, acaba de chegar ao mercado brasileiro um novo medicamento para tratar a esquizofrenia, doença mental crônica que afeta cerca de 1,4 milhão de pessoas no Brasil.
O produto é o primeiro antipsicótico de ação prolongada injetável de uso mensal. Aprovado em junho pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o palmitato de paliperidona é o que se chama de antipsicótico – um remédio que ajuda a prevenir distúrbios característicos da doença.
“Esse medicamento representa um avanço no tratamento da esquizofrenia por ser de última geração e de uso mensal. Os medicamentos existentes de uso oral e diário propiciam o esquecimento e algumas vezes o paciente finge que ingeriu, o que dificulta o tratamento”, explica o coordenador do Programa de Esquizofrenia da Universidade Federal de São Paulo (Proesq/Unifesp), o psiquiatra Rodrigo Bressan.
Praticidade - A nova injeção vai facilitar a vida de pessoas como o engenheiro José Alberto Orsi, 44 anos, que afirma ingerir, ao menos, quatro medicações psiquiátricas por dia para tratar a doença.
“Temos medicações excelentes que ajudam a controlar a doença, os surtos psicóticos, mas provocam efeitos colaterais. Por conta deles, somos obrigados a ingerir uma série de outros remédios, o que é desgastante. Essa injeção, além de ter a praticidade de ser utilizada apenas uma vez ao mês, provoca menos efeitos colaterais”, diz Alberto Orsi, que também é membro da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Esquizofrenia (Abre).
De acordo com o médico psiquiatra Deyvis Rocha, as medicações podem induzir efeitos colaterais como aumento de peso, rigidez dos músculos, lentificação, aspecto de robotização ou um quadro de tremores parecido com o do mal de Parkinson.
“A salivação excessiva e a dificuldade de controlá-la também é um outro efeito. Não à toa, muitos utilizam o termo ‘louco babão’ para falar dos pacientes, mas esse efeito é proveniente da medicação e não sintomas naturais do transtorno”, diz.
O profissional deixa claro, no entanto, que tais efeitos indesejáveis estão relacionados, sobretudo, aos antipsicóticos mais antigos, de primeira geração.
Praticidade - “A fabricação de uma injeção de antipsicótico não é uma novidade. Os antipsicóticos de longa ação ou antipsicóticos de depósito já existem desde os anos 60. Eles foram desenvolvidos para auxiliar no tratamento dos pacientes que não aderem ao tratamento, que não tomam as medicações prescritas por via oral. A novidade do palmitato de paliperidona é que ele é antipsicótico de segunda geração”, explica.
A própria Janssen, indústria responsável pela nova injeção, já havia produzido uma outro medicamento, também injetável, para tratar pacientes com esquizofrenia. Mas, de acordo com o psiquiatra Rodrigo Bressan, essa injeção anterior tem aplicação quinzenal, deve permanecer na geladeira e o efeito não é imediato. “Os médicos quase não usam esse medicamento por todos esses fatores”, diz.
Segundo os profissionais, a nova injeção vai servir especialmente para os pacientes que não aderem ao tratamento e que têm efeitos colaterais desagradáveis com os antipsicóticos mais antigos.
“O fato de um antipsicótico ser antigo não quer dizer que é pior que um mais novo, mas que a probabilidade de causar efeitos colaterais é bem menor. Se uma medicação causa poucos efeitos colaterais ou nenhum, certamente uma pessoa que precisa tomá-la vai seguir tomando-a”, explica Deyvis Rocha.
Fonte: A Tarde On Line