quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
3º Congresso Nacional e 1º Encontro Internacional de Saúde Pública Veterinária
Integração em prol da saúde coletiva
Adriano De Lavor
De que maneira a medicina veterinária pode contribuir para a saúde humana? A pergunta, disparadora dos debates do 3º Congresso Nacional e 1° Encontro Internacional de Saúde Pública Veterinária, realizados em Bonito (MS), em outubro de 2009, não é nova. O tema já havia mobilizado profissionais na década de 1940 — quando a Organização Panamericana de Saúde criou um setor específico para tratar dele —, mas só recentemente veio ganhando o merecido espaço. Em 2005 e 2007, dois outros congressos nacionais já se realizaram, respectivamente, em Guarapari (ES) e Fortaleza. Neste terceiro, a tônica foi a importância da inserção do veterinário nas ações públicas de saúde.
“Não podemos conceber municípios brasileiros sem a presença de um profissional”, observou Nélio Batista de Moraes (ver entrevista na pág. 21), presidente da Associação Brasileira de Saúde Pública Veterinária (ABSPV), organizadora dos dois eventos. Ele citou cidades onde matadouros não seguem padrões de higiene, e doenças, como leishmaniose visceral e dengue, cujo enfrentamento requer conhecimento técnico dos gestores.
Benedito Fortes de Arruda, presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária, alertou que as transformações do mundo exigem adaptação dos profissionais para futuros desafios, como doenças que podem ser transmitidas em 24 horas para todo o mundo, graças à eficácia dos meios de transporte, ao incremento no comércio internacional e à presença do terrorismo.
A grande preocupação, disse ele, projeta-se para 2020, quando 1 bilhão de pessoas sairão da pobreza e ingressarão na classe média, o que aumentará em 50% o consumo de leite, carne e ovos. É a segurança alimentar, também responsabilidade do médico veterinário, que irá garantir a qualidade desses gêneros.
* Confira esta matéria na integra: www4.ensp.fiocruz.br/radis/90/capa.html